O Santuário

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No topo do Monte Farinha eleva-se o Santuário da Senhora da Graça, que é, provavelmente, o terceiro templo de culto a ser construído naquele local. Existem documentos históricos que referem que as obras de reedificação foram autorizadas em 1747 e que já estariam concluídas em 1758, embora exista no seu interior uma pedra lavrada que refere a data de 1775.
É o mais bonito, o mais importante e o mais espectacular Santuário Mariano de todo o Trás-os-montes. Um lugar de encanto, de eleição e de grande importância religiosa para os habitantes da Região. Este Monte e o seu Santuário são o ex-libris e o cartão de visita de Mondim de Basto.
O monumento é todo de granito da região, de planta composta por torre sineira quadrangular, nave única octogonal e capela-mor e sacristia rectangulares, em eixo.
O grupo arquitectónico do Santuário é formado pelo Santuário, sacristia e torre sineira. Junto ao Santuário existe uma casa de artigos religiosos. Nesse mesmo espaço funcionou durante muitos anos uma casa de apoio, com quartos e cozinha onde os romeiros pernoitavam e faziam as suas refeições. Também os mesários e padres utilizavam estas instalações porque era de tradição irem de véspera para as festas. Este espaço era também utilizado para fazer casamentos e para outros eventos de carácter social. Em 1936 foi destruído por um incêndio durante o arraial de Santiago e, mais tarde, reconstruído pelo Comendador Alfredo Álvares de Carvalho Pinto Coelho.
À sua volta existe um adro, um conjunto de muros e escadórios e uma praceta para a celebração de missas campais.
Tem uma residência onde vive o ermitão, zelador de todo o Santuário.
A Irmandade de Nossa Senhora da Graça tem promovido, ao longo dos tempos, profundas obras de recuperação de todo os espaços envolventes ao Santuário.
O Reverendo Padre Manuel Joaquim Correia Guedes foi capelão do Santuário e Presidente da Irmandade de Nossa Senhora da Graça durante mais de 40 anos.

As Capelas

capela_anunciacaoNa encosta do monte voltada para norte e para a região de Basto, há três capelas, simbolizando um calvário, que os fiéis gostam de visitar na subida para o Santuário e às quais chamam de "Passos".
Para quem sobe à montanha sagrada, a primeira capela, conhecida como "a capela do fundo", data de 1889 e é dedicada à natalidade de Jesus, expressa pelo presépio. É chamada a Capela da Natividade.
A segunda, referida como "a do meio", data de 1933 e é dedicada à Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. É chamada Capela da Visitação ou Capela do Anjo.
A terceira e última, "a capela de cima", data de 1899 e é dedicada à Anunciação do Anjo a Nossa Senhora. É chamada Capela da Anunciação mas que o povo baptiza de Pai Eterno, em virtude da referida imagem estar figurada com maior relevo.

Beneméritos
Merecem especial lembrança todos os beneméritos do actual Santuário, que o edificaram e que ao longo dos tempos o foram enriquecendo com benfeitorias e acessórios.
Em primeiro lugar os anónimos empreendedores da actual edificação. A maior parte deles, provavelmente, emigrantes regressados do Brasil.
Em 1875 aparece uma referência à construção de uma "Casa Nova" destinada a acolher os romeiros. Esta obra foi acompanhada pelo Pe. Rodrigues de Morais, o mesmo que presidiu à reconstrução do Santuário de 1875 e que mandou construir duas das capelas dos Passos na encosta do Santuário. O torreão dos sinos fora oferta de Augusto Alves Teixeira, de Vilar de Ferreiros.

Há ainda, talvez o mais pródigo de todos os benfeitores, cujo nome permanece na memória do concelho, até por ser um ilustre filho da terra - o Comendador Alfredo Álvares de Carvalho, afilhado da própria Senhora da Graça, que mandou reconstruir os aposentos de romeiros e instalações anexas após um violento incêndio num arraial de S. Tiago. Outra das suas muitas benfeitorias foi a exploração e o aqueduto de transporte das águas para abastecimento público da sua terra natal, que foi entregue à Câmara Municipal em 18/02/1932. Duas das actuais imagens da Nossa Senhora da Graça também foram oferta sua.
Em 1933 por iniciativa da Comissão Administrativa do Santuário, presidida pelo Pe. António Guilherme de Queirós Saavedra, foi construída a terceira capela no caminho de acesso ao monte, vulgarmente conhecida pela «Capela do Fundo».
É de salientar também a obra de restauro presidida pelo Pe. Manuel Joaquim Correia Guedes que, durante a sua presidência da Irmandade, se empenhou nos melhoramentos do Santuário.